Ao fazer o último
pronunciamento como presidenta e ministra do Tribunal Superior Eleitoral,
Cármen Lúcia informou que nas eleições de 2012 o custo por voto no Brasil foi
de R$ 2,41 nas eleições. Ela afirmou que houve uma redução se comparado com os
pleitos anteriores, mas ainda é uma despesa elevada, que precisa ser reduzida.
“Trata-se de um valor inédito, mas muito caro ainda”, afirmou. Foi a última
sessão da qual Cármen Lúcia participou como presidenta e ministra do TSE, na
quinta-feira (14). O seu biênio no Tribunal se encerra no próximo dia 20 e seu
sucessor, ministro Marco Aurélio, que terá como vice o ministro Dias Toffoli,
tomará posse na próxima terça-feira (19).
A ministra entregou a todos os
ministros o relatório das eleições municipais de 2012 e o planejamento que foi
feito até agora para as eleições gerais de 2014. Agradeceu aos ministros, ao
Ministério Público Eleitoral, aos advogados e, em especial, aos servidores da
Casa, “desde o ascensorista até o diretor-geral”.
Cármen Lúcia lembrou que
chegou à presidente do TSE em 18 de abril de 2012 e tinha uma eleição para
realizar. “A eleição foi feita com bom resultado, teve o custo mais barato,
cada voto no Brasil custou R$ 2,41 nas eleições de 2012, o que é inédito, mas
muito caro ainda”, afirmou.
A ministra lembrou que nas
eleições de 2012 houve, no país o menor uso de forças públicas, o que fez que à
presidência da República uma parte da rubrica que tinha constado no Orçamento
da União do ano anterior. “Devolvi uma parte porque não precisou”, sustentou.
De acordo com a ministra, na sua gestão foram realizadas 122 sessões de
julgamento, 83 sessões ordinárias e apenas 12 sessões extraordinárias, além de
oito extraordinárias administrativas, com duas solenes. No final, foram
realizadas 227 sessões.
Avaliação
Foram julgados, no período,
5.700 processos. Disse que, em média, foram julgados quase 90 processos por
sessão e ainda foram deferidas 22.986 decisões monocráticas, a maioria dando
fim a processos, “o que é um número considerável”. Lembrou que manteve, todos
os meses, reuniões com todos os presidentes dos tribunais regionais eleitorais,
“porque são eles que afinal estão na linha de frente quando acontecem as eleições”.
A ministra salientou a importância dos tribunais regionais citando como exemplo
que, nas eleições passadas, houve aproximadamente meio milhão de candidatos, “o
que é mais do que a totalidade da população de muitos estados europeus”.
Cármen Lúcia registrou mais
uma vez a liberdade de imprensa no Brasil. Agradeceu aos órgãos de imprensa,
“tanto os que eventualmente nos chamam atenção para situações que precisam ser
corrigidas, quanto aqueles que nos elucidam sobre dados. Não há possibilidade
de ter eleições no Brasil sem a imprensa atuando como atua”.
A presidente do TSE esclareceu
que a biometria não é apenas um projeto da Justiça Eleitoral, mas um projeto do
Estado brasileiro. “Em 2008, como a opção pelo modelo de urna eletrônica
dependia de um recadastramento, e começou-se a fazer com a biometria, o então
presidente da Corte, ministro Carlos Britto, junto com o presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva, fizeram acordo para que o orçamento
relativo à biometria ficasse na Justiça Eleitoral, que coletaria os dados”,
afirmou. Sustentou que o processo é caro. Disse que nas eleições de 2008 apenas
três municípios utilizaram a biometria. Em 2012 foram quatro estados, ou seja,
oito milhões de eleitores beneficiados com a biometria.
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