Num julgamento em uma pequena cidade do interior do Rio
Grande do Norte, localizada na região do Agreste Potiguar, o Promotor de
Justiça chama sua primeira testemunha, uma senhora de idade bem avançada.
Para começar a construir uma linha de
argumentação, o promotor pergunta a ela:
- Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o
que faço?
- Claro que eu o conheço, Marcos! Eu o conheci bebê. Só
chorava, e francamente, você me decepcionou. Você mente, trai sua mulher,
manipula as pessoas, espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é influente
e respeitado na cidade quando, na realidade você é apenas um coitado. Nem sabe
que a filha esta grávida, e pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai. Ah, se eu
o conheço! Claro que conheço!
O promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que
estava ouvindo, olhando para o Juiz e para os jurados.
Sem saber o que fazer, ele aponta para o advogado de defesa e
pergunta à velhinha:
- E o advogado de defesa, a senhora o conhece?
- O Pedrinho? É claro que eu o conheço! Desde criancinha. Eu
cuidava dele para a mãe, pois sempre que o pai dele saia, a mãe ia pra algum
outro compromisso. E ele também me decepcionou. É preguiçoso, puritano,
alcoólatra e sempre quer dar lição de moral nos outros sem ter nenhuma para
ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os 4
processos em que atuou. Além de ser traído pela mulher com o mecânico... Com o
mecânico!!!
Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio,
chama o promotor e o advogado perto dele, debruça-se na bancada e fala baixinho
aos dois:
- Se algum de vocês perguntar a esta velha filha da puta se
ela me conhece, vai sair desta sala preso. Fui claro? Anônimo