Policiais civis da Delegacia Especializada de Defesa e Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov) prenderam três homens que eram foragidos da Justiça, na tarde desta quarta-feira (17), em Natal. Foram presos Laerte Ambrósio de Oliveira, de 28 anos, que havia sido resgatado da Deprov, por comparsas em 2006 e estava foragido da justiça potiguar; Francisco das Chagas de Aquino, de 48 anos, conhecido por “Tio”, foragido da justiça de Pernambuco e Francisco Aureliano de Oliveira, de 28 anos, vulgo “Cheira”, foragido da justiça potiguar.
Além das prisões foi apreendido um veículo modelo Gol que havia sido roubado na Paraíba e recuperado um veículo modelo SW-4, que havia sido furtado na manhã de terça-feira (16), na capital potiguar. Também foram apreendidos pelos policiais duas pistolas, vários objetos roubados e três equipamentos que são usados para destravar os alarmes dos veículos, conhecidos como “chapolins”.
A equipe policial conseguiu efetivar as prisões, depois que uma vítima dirigiu-se até a Deprov na terça-feira para registrar um boletim de ocorrência relatando o furto da SW-4, que estava estacionada em um supermercado de Natal. Ainda no dia do crime, os policiais começaram a fazer buscas e conseguiram descobrir a localização do veículo na quarta-feira pela manhã.
Foi feita uma campana na região e no momento em que Laerte Ambrósio e Francisco das Chagas chegaram em um veículo (Gol) para buscar o veículo SW-4, a equipe da Deprov efetivou a prisão da dupla. Com a dupla, a polícia encontrou uma pistola calibre 380 e dois carregadores municiados.
Dentro da SW-4, a Polícia Civil encontrou objetos como celulares, equipamentos de som e várias ferramentas utilizadas para arrombamento de veículo. Após a prisão da dupla, a Polícia conseguiu localizar e prender o outro comparsa do grupo, Francisco Aureliano de Oliveira que estava no bairro de Nova Parnamirim, portando uma pistola calibre 380 e munições.
Como os ladrões usam?
Se você é do tipo de que fecha a porta e aperta o travamento enquanto sai andando, é bom mudar de hábito. É exatamente nessa hora que os bandidos, escondidos, acionam o Chapolin para impedir o travamento e o acionamento do alarme ou copiar o código do controle. Depois que o motorista perde o carro de vista, eles simplesmente abrem a porta que teve o travamento impedido — ou as destravam com o código copiado, retiram o que tiver de interesse, fecham o carro e vão embora, como se estivessem tirando seus pertences de seu próprio carro. Alguns até trancam as portas de volta. Sou ladrão, mas sou camarada.
Como você pode se proteger?
Em primeiro lugar, pare de usar o controle remoto longe do carro. Procure sempre acionar o controle o mais próximo possível, sempre verificando a presença de tipos suspeitos por perto. É bem provável que você já faça isso, mas comece a verificar que as portas estão travadas antes de se afastar. Claro: não deixe objetos de valor, muito menos os documentos dentro do carro. Se preferir, vale até voltar a trancar as portas com a chave, para evitar deixar o sinal eletrônico no ar pronto para ser capturado por algum desocupado.
Lembre-se que há dois tipos de aparelhos: o que impede o travamento, e o outro, capaz de clonar o controle. Contudo, procure se informar a respeito do funcionamento do seu controle original, pois já há algum tempo que os sistemas mais modernos trabalham com uma série de códigos que são alterados automaticamente cada vez que o alarme/travamento é acionado.
O que pode ser feito?
Como esses produtos são originários da China e vendidos em sites com entrega internacional, o primeiro passo seria proibir a comercialização desse tipo de aparelho, algo que já acontece com os receptores clandestinos de TV por assinatura, por exemplo. Com a proibição desses aparelhos, a Receita Federal e a Polícia Federal poderiam barrar a entrada dos Chapolins nas alfândegas e até criar uma black list para auxiliar em investigações.
Enquanto isso não acontece — se é que vai acontecer — só nos resta a tomar ainda mais providências e cuidados, como procurar sempre estacionamentos particulares, evitar lugares isolados, talvez investir em um sistema de travamento mais moderno e, claro, não deixar nada de valor dentro do carro. JORNAL DE HOJE