Para Henrique Baltazar, separar facções nos presídios é reconhecer controle dos presos

Pensando nisso, o Agora RN procurou ouvir o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, titular da Vara de Execuções Penais de Natal, para entender onde está a raiz dessa violência. Para o magistrado, um dos problemas principais tem sido a separação de criminosos por facções nos presídios do estado. Baltazar crê que, deste modo, o estado está admitindo que os detentos têm determinado controle dentro das prisões.
“Na minha visão, isso apenas fortaleceu as facções e até delimitou o território para elas. O estado reconheceu que presídio tal é controlado pela facção tal. É preciso que o estado tenha controle sobre os detentos. A lei, inclusive, diz como devem ser divididos os presos nas unidades; ela não fala nada de separar por facção. Se você iguala a força dentro dos presídios entre facções, ninguém vai se matar porque eles correm o risco de morrer também”, explicou o meritíssimo.
Questionado sobre possíveis soluções para evitar que novos surtos de violência voltem a ocorrer, o juiz Henrique Baltazar elencou medidas devem ser tomadas para que as facções criminosas sejam controladas dentro e fora dos presídios.
“Não há apenas uma ação especifica, é preciso que se adote uma série de medidas; primeiro: cortar as comunicações dos presos, exatamente como o governo tem feito na PEP; segundo: identificar possíveis lideranças de facções e isolá-las, o que pode ser feito tanto no presidio federal quanto estadual; terceiro: a médio prazo, os presos que não integrem facções deveriam ser enviados para outras unidades e afastados dos controle desses grupos, porque os detentos do interior e pessoas que não compõem facções, acabam sendo pressionadas a integra-las. E quarto: é preciso que haja uma investigação, para que se descubra de onde estão vindo os recursos financeiros dessas facções, para que se possam bloqueá-los”, finalizou.
AgoraRN
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