Segurança de reforma está em xeque
Não foi preciso mais que dez dias
para que os 226 presos do Pavilhão 4 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em
Nísia Floresta, colocassem em xeque a qualidade da reforma executada na unidade
prisional. Soltos no pavilhão, os apenados escavaram mais um túnel para fuga em
massa, mas não lograram êxito. Um alerta, porém, foi dado pelo Batalhão de
Choque da Polícia Militar (BPChoque), que vistoriou o cumprimento dos
requisitos de segurança após a conclusão da reforma que se estendeu por 45 dias
no pavilhão. Os militares constataram que o piso poderia ser facilmente
removido e, inclusive, gravaram um vídeo usando um pedaço de madeira para
comprovar a fragilidade da estrutura. Além disso, apontaram que não somente o
piso, mas muros e paredes haviam sido reerguidos com tijolos comuns e sem
nenhuma proteção extra.
cedida.
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Em dez dias, presos escavaram túnel em cela do pavilhão 4 |
Em dez dias, presos escavaram
túnel em cela do pavilhão 4Em dez dias, presos escavaram túnel em cela do
pavilhão 4
Tais informações constam num
relatório apresentado pelo BPChoque ao Governo do Estado, Ministério Público,
Poder Judiciário e Comando Geral da Polícia Militar, numa reunião realizada com
representantes de tais órgãos há alguns dias. A existência do documento foi
confirmada pela promotora de Justiça da Comarca de Nísia Floresta, Ana Jovina
Ferreira; e pelos juízes José Ricardo Dahbar Arbex e Henrique Baltazar Vilar
dos Santos. Trechos do relatório compõem a decisão do juiz José Arbex, que
interditou Alcaçuz parcialmente no início desta semana: “A estrutura é escassa,
não só pelo ambiente insalubre, mas também em relação a parte estrutural, na
qual, conforme relatório do Batalhão de Polícia de Choque (a única com
capacidade de adentrar os pavilhões de Alcaçuz), está sujeita a
desmoronamento”.
O conteúdo integral do documento
não foi disponibilizado à TRIBUNA DO NORTE pelo Ministério Público ou Justiça
Estadual, sob a alegação de sigilo. O comandante do BPCHoque, major Cícero
Francisco Cardoso, foi procurado para comentar o que foi vistoriado e quais
outros riscos identificados no Pavilhão 4, mas não atendeu ao celular, tampouco
retornou às ligações. Da mesma forma agiu o secretário de Estado de
Infraestrutura, Jader Torres, procurado para comentar a qualidade do material
usado na reforma, além das orientações repassadas pela Secretaria à Construtora
M&K Ltda., responsável pela obra.
O juiz de Execuções Penais,
Henrique Baltazar, entretanto, pontuou alguns trechos publicáveis do documento.
Ele destacou que “o BPChoque filmou a fragilidade do piso, que se desprendia
com o uso de cabo de madeira”. O magistrado confirmou que o material utilizado
para a reforma das paredes e muros destruídos era simples, sem nenhum tipo de
reforço que garantisse mais segurança e impedisse a escavação de túneis. “O
relatório aponta todas as fragilidades. A Sesed tem uma cópia do relatório e o
Governo é ciente da situação. A Sejuc e a Coape estavam presentes à reunião”,
listou. Henrique Baltazer comentou, ainda, que se quiserem, “os presos derrubam
os muros a qualquer momento”, pois seguem soltos no Pavilhão.
O juiz de Execuções Penais,
Henrique Baltazar, entretanto, pontuou alguns trechos publicáveis do documento.
Ele destacou que “o BPChoque filmou a fragilidade do piso, que se desprendia
com o uso de cabo de madeira”. O magistrado confirmou que o material utilizado
para a reforma das paredes e muros destruídos era simples, sem nenhum tipo de
reforço que garantisse mais segurança e impedisse a escavação de túneis. “O
relatório aponta todas as fragilidades. A Sesed tem uma cópia do relatório e o
Governo é ciente da situação. A Sejuc e a Coape estavam presentes à reunião”,
listou. Henrique Baltazer comentou, ainda, que se quiserem, “os presos derrubam
os muros a qualquer momento”, pois seguem soltos no Pavilhão.
O primeiro túnel do recentemente
reformado Pavilhão 4 foi encontrado na manhã de ontem, numa inspeção
programada. Militares do BPChoque, homens do Grupamento de Operações Especiais
dos Agentes Penitenciários (GOE) e cães farejadores, descobriram mais uma
estrutura de túnel que, por pouco, não foi usada para mais uma fuga em massa. A
estrutura, com aproximadamente 10 metros de profundidade foi construída a
partir do rol de uso coletivo do Pavilhão 4, ao lado de um sanitário usado por
visitantes, teoricamente. Os presos encheram parte da Cela 01 com a areia
retirada do solo e estavam próximos do muro que dá acesso ao matagal externo ao
complexo prisional. Ninguém conseguiu fugir. A tampa do buraco foi concretada
no início da tarde de ontem.
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