PF prende três ex-deputados em nova etapa da Lava Jato
Além do ex-deputado André Vargas
(sem partido), o ex-deputado Luiz Argôlo (SD-BA) e o ex-parlamentar já
condenado e atualmente cumprindo pena no mensalão, Pedro Corrêa (PP-PE) também
foram presos nesta sexta-feira (10) em Londrina (PR), na nova etapa da operação
Lava Jato, denominada "A Origem", deflagrada nesta manhã. O nome da
operação faz referência às investigações dos ex-parlamentares, cujo
envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas
primeiras etapas da operação, no ano passado.
Divulgação/Polícia Federal

Na 11ª fase da Operação Lava Jato, policiais federais cumprem 32 mandados judiciais
Ao todo, cerca de 80 Policiais
Federais cumprem 32 mandados judiciais: sete mandados de prisão, nove mandados
de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos Estados do
Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Os ex-parlamentares são os três primeiros políticos a serem presos na operação.
Nesta etapa, estão sendo
investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha,
corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro,
uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo três grupos dos ex-deputados.
A investigação vai além da Petrobrás e também abrange desvios de recursos
ocorridos em outros órgãos públicos federais, segundo divulgou a PF. Também foi
decretado o sequestro de um imóvel de alto padrão na cidade de Londrina, onde o
doleiro Alberto Youssef começou sua atuação.
Os presos serão trazidos para a
Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à
disposição da Justiça Federal. Como perderam a prerrogativa de foro, o caso dos
ex-parlamentares está sendo investigado pelo juiz Sérgio Moro, responsável
pelas ações da Lava Jato.
Ex-deputados
No caso de Vargas, a relação entre
o ex-parlamentar e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais alvos da
operação e acusado de liderar um esquema de lavagem de dinheiro internacional,
veio a tona desde o começo das investigações. A PF interceptou contatos entre o
doleiro e o deputado - 270 mensagens de texto trocadas pelo aparelho
BlackBerry, entre 19 de setembro de 2013 e 12 de março de 2014.
A suspeita é de que Vargas
trabalhava em favor da rede articulada pelo doleiro, tendo inclusive feito
lobby para o laboratório Labogen, de Leonardo Meirelles outro réu da Lava Jato,
no Ministério da Saúde. O caso deu origem a um inquérito específico na Justiça
Federal no Paraná. Além disso, o parlamentar chegou a viajar de férias com a
família em um jatinho fretado pelo doleiro em 2013.
Seu envolvimento com o doleiro
levou Vargas a ter o mandato cassado em dezembro do ano passado e também ser
expulso do PT.
Já Luiz Argôlo, segundo afirmou
Alberto Youssef em sua delação premiada, teria recebido emprestado um
helicóptero do doleiro para sua campanha eleitoral de 2014. Na época, Argôlo
foi candidato a deputado federal. Ele teve 63.649 votos e tornou-se suplente.
Segundo Youssef, o ex-parlamentar
comprou a aeronave em 2012, mas não teve dinheiro para quitar as prestações. O
político teria pedido dinheiro emprestado ao doleiro para fazer os pagamentos.
Youssef contou à Polícia Federal que não aceitou e fez uma contraproposta.
À PF, o doleiro informou também que
"João (Luiz) Argôlo fazia parte do rol de parlamentares do PP que recebia
repasses mensais a partir dos contratos da Diretoria de Abastecimento da
Petrobrás". Argôlo deixou o PP no fim de 2013 e transferiu-se para o
Solidariedade.
Estadão Conteúdo
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