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segunda-feira, 28 de julho de 2014

VIDA E OBRA DOS GOVERNADORÁVEIS (PARTE I)

A campanha eleitoral está nas ruas. Ainda meia morna, mas aos poucos vai empolgando e em breve será o principal tema das conversas nas esquinas, nos bares e onde mais de uma pessoa estiver reunida, ou nem isso, já que as tecnologias permitem que até sozinho, candidatos e apoiadores façam verdadeiros comícios pelas redes sociais.
O governo do RN será disputado por cinco candidatos. Henrique Alves (PMDB), Robinson Faria (PSD), Robério Paulino (PSOL), Araken Farias (PSL) e Simone Dutra (PSTU). Dos cinco, apenas Henrique e Robinson reúnem condições de saírem vitoriosos. Vamos dar uma olhada na trajetória política de ambos, já que analisar o passado dos políticos é o primeiro passo para o eleitor tomar uma decisão consciente.
Henrique Eduardo Alves
Nasceu no dia 9 de dezembro de 1948 no Rio de Janeiro. É filho do ex-governador, Aluízio Alves (1921-2006) e formou-se em direito pela UFRJ em 1972 sem nunca ter exercido a profissão, fazendo da política seu ofício. Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1970 e de lá para cá são 11 mandatos. Iguala-se a Ulisses Guimarães e só perde o recorde para Manoel Novaes que tem doze mandatos.
baixeDurante a maior parte desses quase 44 anos de mandato, foi um parlamentar obscuro, frequentador do "baixo clero", como é chamado o grupo de deputados inexpressivos. Durante os primeiros 42 anos de mandato, apenas 3 propostas de sua autoria foram aprovadas. Teve poucos serviços prestados ao RN e ao Brasil.  
Somente a partir de 2007, quando assume o cargo de líder de seu partido, é que Henrique começa a desfrutar de algum prestígio. Tal condição foi conquistada por ele fazer parte do grupo do atual vice-presidente, Michel Temer, que passou a ser majoritário no PMDB e viu em Henrique um bom articulador e conhecedor de todos os "atalhos" do Congresso. Afinal, foram anos de escola.
Com o respaldo conquistado pelo período que passou como líder do partido, viu que poderia cobiçar a presidência da casa. E chegou lá no ano passado.
Terceira disputa majoritária
Está é a terceira vez que Henrique disputa uma campanha majoritária. As outras duas vezes foi para a prefeitura de Natal. Em 1988 perdeu para Wilma de Faria, e em 1992, o candidato apoiado por ela, Aldo Tinoco (PDT) foi o vencedor. Fato curioso é que neste mesmo ano, outra adversária de Henrique foi sua irmã, Ana Catarina (PFL). 
Em 2002 foi quase confirmado como companheiro de chapa de José Serra (PSDB) para a disputa pela presidência da república. Porém, denúncias feitas pela sua ex-mulher de que ele possuía uma fortuna em dólares no exterior, afundaram o projeto. Aliás, o projeto político original para aquele ano, era a sua candidatura ao governo do estado, um sonho alimentado por seu pai, que não mediu esforços para realizá-lo. Até mesmo o governador da época, seu primo Garibaldi Alves Filho, abdicou do direito de governar o estado e fundou e entregou a Henrique, uma super secretaria para que ele demonstrasse ter capacidade de ser um bom gestor.
A cobiça despertada pela vice-presidência e as denúncias, acabaram com o sonho do velho Aluízio, que morreu sem realizá-lo. Naquele ano, até a reeleição à Câmara foi conquistada nas últimas.

"Henrique (...) representa a continuidade dos problemas que assolam o estado do RN..." Marina Silva, candidata a vice-presidência pelo PSB  
Veja a nota clicando aqui.

Henrique representa o que há de pior na política. O fisiologismo, o toma-lá-dá-cá, chantagem e pressão são suas ferramentas para sobreviver no mundo político. Como presidente do Congresso, pressionou a presidente Dilma para que esta atendesse aos interesses dos deputados por cargos e emendas. 
Desde que assumiu o cargo, tem se esforçado para se apresentar ao povo do RN como um homem poderoso e influente em Brasília, capaz de tirar o RN do sufoco em que se encontra hoje. 
Com a força que tem devido ao cargo que hora exerce, conseguiu incluir várias emendas no orçamento da União para projetos no estado. São Pedro se beneficiou do seu "poder" com aquisição de um trator.
Prega que esta força se manterá quando se eleger governador. Só que ai ele não será mais a terceira pessoa mais poderosa da República. Será apenas mais um governador de um estado pobre, pedindo esmolas em Brasília.
Mudança?
O mote de sua campanha é a MUDANÇA. Curioso ver que todos os ex-governadores vivos do estado (Lavoisier Mais, Agripino Maia, Vivaldo Costa, Geraldo Melo, Garibaldi Filho, Fernando Freire, Wilma de Faria e Iberê de Souza ), os mesmos que trouxeram o estado à situação que se encontra hoje, estão ao seu lado.
Então chega a ser incoerente como é que alguém, representado tudo o que foi feito nos últimos 40 anos, dizer que representa a mudança. Até mesmo quando se fala em relação ao governo atual, onde ele e seu partido tinham participação ativa até o final do ano passado.
Seu companheiro de chapa é o deputado federal João Maia (PR).

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