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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Presos instituem suas próprias regras e condutas dentro dos presídios mossoroenses

JOSE_WILSON

Depois que O Mossoroense mostrou com exclusividade a comercialização de mercadorias que ocorre dentro das instituições prisionais do Rio Grande do Norte, a equipe de reportagem visitou

as cadeias públicas e presídios para tentar entender o comportamento dos detentos e as regras básicas criadas por eles para impor sua autoridade na luta pela sobrevivência, onde prevalece a "lei do mais forte".

"Os presos criaram nos presídios suas próprias regras, com comportamento ético entre eles, onde o espaço de um é respeitado por todos. Eles criaram uma sociedade à parte, onde sobrepuja o forte sobre o mais fraco", contou o vice-diretor do Complexo Penitenciário Estadual Agrícola Mário Negócio (CPEAMN), José Wilson Pereira.
Para Wilson, o dia-a-dia nas celas é muito lento e os presos acabam desenvolvendo atividades para matar o tempo e uma delas é desenvolver ações para facilitar o cumprimento da pena. "Eles são criativos, inventam moda para exercer a supremacia do mais forte", explicou.
Uma das principais regras de comportamento desenvolvida é no que se refere à família, considerada entre eles como algo sagrado, acima de qualquer outra coisa. "Os presos presam muito os familiares e isso pode ser visto em um dia de visita, quando os familiares chegam", contou.
O vice-diretor disse que nos dias de visitas, os presos sabem com antecedência quem deles receberá a família e vão recepcionar os parentes na quadra, destinada ao banho de sol. "Nesse momento de receber as visitas no regime fechado, a gente vê uma coisa interessante: o detento que não tem ninguém para o visitar fica de frente para a parede e de costas para os familiares dos presos. Essa atitude para eles é uma forma de respeito com as esposas e filhos dos colegas e aquele que ousar faltar com respeito paga caro. É a lei deles", disse.
O vice-diretor lembra de um episódio que aconteceu recentemente, quando em um dia de visita íntima, um detento ficou espiando o colega no ato amoroso com a esposa. Na ocasião, os presos esperaram a visita terminar e foram acertar contas com o curioso, que só não apanhou até a morte devido a intervenção dos agentes penitenciários que ouviram os gritos e retiraram o apenado da cela.

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