A presidente Dilma Rousseff teve que entrar com tudo no caso das suspeitas de corrupção na Casa da Moeda. Ela obrigou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a romper o silêncio que vinha mantendo há quase uma semana sobre o assunto.
Mantega deveria ter embarcado hoje para São Paulo, às 11 horas da manhã, conforme sua agenda divulgada oficialmente. Mas Dilma o chamou ao Palacio do Planalto e cobrou explicações sobre o noticiário da demissão de Luiz Felipe Denucci da Casa da Moeda. Depois de ouvir todas as argumentações do ministro, ela o obrigou a falar com a imprensa e dar a sua versão sobre os fatos.
Dilma disse a Mantega que o silêncio dele estava alimentando uma nuvem de suspeitas sobre o ministério e que isso era inaceitável, sobretudo pelo fato de a pasta ser o coração do governo, de onde saem todas as medidas econômicas.
Na visão da presidente, se Mantega não tinha nenhuma culpa no cartório sobre as acusações de que Denucci havia recebido US$ 25 milhões de um fornecedor da estatal em duas contas bancárias em um paraíso fiscal, que desse a cara a tapa.
O maior temor de Dilma é que, logo na reabertura dos trabalhos do Congresso, o governo tenha que enfrentar o desgaste de mais denúncias de corrupção, desta vez envolvendo o chefe da Fazenda, o homem que tem as chaves do cofre. A presidente ficou particularmente preocupada, devido às declarações de líderes do PMDB que seriam favoráveis à convocação de seu ministro ao Legislativo, aliando-se à oposição.
Na porta do Ministério da Fazenda, Mantega jogou toda a culpa pela nomeação de Denucci para o PTB, partido que, agora, cobra explicações do ministro sobre os possíveis malfeitos do executivo.
Apesar de ter feito o que Dilma mandou, nada indica que Mantega conseguiu encerrar a confusão na qual está metendo o governo. Muito água ainda vai rolar por debaixo dessa ponte de suspeitas. Alimentadas, por sinal, pelo longo silêncio do ministro.Correio Braziliense
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