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sábado, 28 de janeiro de 2012

Popularidade versus política

 Agnelo Alves - espaço livre

Não acompanhei tão de perto quanto desejei, como costumava acontecer, os acontecimentos políticos que disputaram as manchetes da mídia, com a tragédia vivida no Rio de Janeiro, em virtude do desmoronamento de três edifícios no centro da cidade. As razões de meu distanciamento, não preciso explicar. Os leitores sabem de minha luta contra o câncer, a qual, graças a Deus, ao progresso da ciência e à competência dos médicos, estou ganhando. Tive contatos aligeirados com colegas jornalistas da grande imprensa que fazem a cobertura política. Conversei com eles, li mais detalhes ou vi pela televisão e tenho consolidado em mim a certeza de que, a cada lance político, duas conclusões são tão lógicas quanto evidentes. A primeira, a sociedade brasileira cada vez mais se distancia da maioria dos chamados líderes que estão aí. A segunda, a de que os atuais partidos são entidades de ficção. Não existem. Morreram.  
E, na contra-partida, duas novas realidades, a do ex-presidente Lula e a da presidente Dilma Rousseff, ambos representantes das instituições sobreviventes do naufrágio da massa política. Ao que poderíamos chamar de oposição, está em perda, seus representantes estão desatinados como partidos e desliderados, sem em seus quadros posicionar-se como anti-Lula e principalmente como anti-Dilma para a disputa presidencial, em 2014.  
O Brasil está sendo passado a limpo, poderíamos dizer assim. Um papel que deveria ser exercido pela oposição. Mas que oposição? Quem está ocupando a cena sozinho é o Ministério Público, sem ser oposição ou governo.  E aí, não importa contra quem ou contra o quê. O alvo é passar o Brasil a limpo. Corrigir o que está errado - o ilícito - e punir os culpados. Qual o partido ou líder político que já se manifestou contra ou a favor? Nenhum. Para ficar a favor? Nenhum. Para ficar contra? Nenhum. Nem sim, nem não, antes pelo contrário. 
Enquanto isso, a presidente Dilma Rouseff transita imperturbável por toda a cena, a começar pelo seu governo. Ministro? Demite. Resultado: uma popularidade jamais alcançada por nenhum presidente antecessor, conforme pesquisas de opinião pública divulgadas recentemente, das quais a DATAFOLHA, veiculada na última semana. Recorde de aprovação do seu governo, apesar dos partidos "aliados" e dos partidos ditos da oposição.  
Em 2010, venceu a popularidade do então presidente Lula. Em 2014, vencerá a popularidade da presidente Dilma. E os partidos políticos? Ah, sim, jogando o caxangá... No jogo do "bota/tira" com as mãos na botija. 
Tudo muito óbvio.

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