
Isso significa dizer que apenas Aílton poderá retomar imediatamente o cargo de vereador em Vila Flor. O restante permanece afastado dos cargos conquistados. Para o advogado Hugo Holanda, representante judicial de Aílton Passos, o Ministério Público não provou o envolvimento do seu cliente com o suposto esquema de corrupção. "O Aílton não aparece em nenhuma gravação, sequer é citado. Mas foi preso por ser dono do único posto de combustível da cidade", esclareceu.
Para a advogada Verônica Rodrigues, que representa o restante dos envolvidos que estavam presos, a decisão do desembargador já era esperada.
Na quinta-feira passada, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia à Justiça contra 11 pessoas supostamente envolvidas com os crimes de corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha em Vila Flor.
Dentre os acusados estão o prefeito Grinaldo Joaquim de Souza; Antônio Ivanaldo de Oliveira, irmão de Grinaldo; João Felipe de Oliveira Neto, secretário municipal de Obras de Vila Flor e os vereadores Pedro Francisco da Silva, Irinaldo da Silva, Ronildo Luiz da Silva, Sandro Márcio da Silva, Hilton Felipe de Oliveira, Aílton Passos de Medeiros, Vidalmir Santos Brito e Magno Douglas Pontes de Oliveira.
De acordo com a denúncia oferecida à Justiça na quinta-feira passada, o vereador Floriano Felinto retornaria aos quadros do município na função de professor, caso aceitasse a oferta de renunciar ao cargo de vereador para que o irmão de Grinaldo pudesse assumir o cargo. Além disso, receberia cerca de R$ 3 mil mensais em salários como secretário de Meio Ambiente e professor.
O Ministério Público identificou, ainda, que os vereadores já haviam iniciado as negociações em relação ao financiamento da campanha eleitoral de 2012, além de ter confirmado a compra de votos em troca de botijões de gás. Baseado nas provas colhidas através dos documentos apreendidos durante a Operação Mensalão da Vila, o procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, solicitou à Justiça o afastamento da função pública do prefeito, dos vereadores e do secretário municipal de obras.
Operação Mensalão da Vila
As investigações foram iniciadas em julho a partir de informações do vereador de oposição, o democrata Floriano Felinto, além de João Maria Marques da Silva. O Ministério Público Estadual apurou o suposto pagamento de vantagens ilícitas aos membros da Câmara Municipal de Vila Flor. Tudo seria orquestrado pelo prefeito Grinaldo Joaquim de Souza, sob a intermediação do ex-secretário de Administração Municipal, Antônio Ivanaldo de Oliveira. De acordo com o relato de Floriano Felinto e João Maria Marques da Silva, o pagamento das benesses que giravam em torno de R$ 500, era feito na própria residência do prefeito. Esporadicamente, Grinaldo também destinava R$ 1 mil para "quebrar o galho" daqueles que lhe apoiavam.
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